31.10.06

Incendio em crematório nos EUA

Notícia da World Radio Geneva:
Crematório nos EUA incendeia-se em plena cerimónia fúnebre.
O incêndio foi provocado pelo próprio defunto que sofria de obesidade morbida, não tendo sido possível controlar a intensidade das chamas estas acabaram por se alastrar ao edifício.

26.10.06

LUZ AO FUNDO DO TUNEL(?)


O dia decorre naturalmente. Chegam-me relatos de confusão junto ao aeroporto. O campo de refugiados dos aeroporto encontra-se a ser atacado e aquela zona mais parece um campo de batalha. Isto não é nada a que não esteja já habituado. Desde que regressei que nunca me senti ameaçado, e sob qualquer tipo de perigo, embora saiba que estes casos se sucedem diariamente. No edificio todas as pessoas que me conhecem e que se cruzam comigo me dizem, em jeito de gozo, "então pá, aquilo prós teus lados está complicado". Uma pessoa acena... e diz que assim parece, e nada mais se comenta. Apenas penso que mais uma vez terei de ir pela ribeira, para conseguir almoçar em casa.
Recebo um telefonema avisando-me que a estrada a seguir à ponte de Comoro está cortada, e assim se confirma mais um "passeio" pela ribeira.
É dia de compras para a Dona F. que trabalha em nossa casa, às quais vai acompanhada pelo Sr. C.. Recebo um telefonema do Sr. C. avisando-me que não consegue passar para casa, pois há barreiras e chekpoints feitos por civis. Volte para o escritório, digo-lhe eu...
O Sr. C. avisa-me também que tivemos problemas em casa, o que logo me atira e aos meus colegas para dentro da pick up, a caminho de casa.
Pelo caminho o cruzar com carros de policia é constante. Nunca tinha visto tanta policia em TL. Os helicopetros militares pairam sobre a minha cabeça, impossibilitando qualquer conversa tida com o normal esforço. Ouvem-se o que parecem ser tiros ao longe. O caminho para casa foi feito pela ribeira, e foi feito sem qualquer problema. A rua da minha casa, mais parece agora uma rua principal da cidade, pois toda a gente faz aquele caminho fugindo à confusão do aeroporto.
Em casa tudo calmo, exceptuando o olhar do L., que parece agitado. Pergunto o que se passou, visto que o Sr. C. me tinha tido que teria havido confusão. A resposta foi breve e objectiva. "Fui ameaçado, Sr. Pedro. Uns gajos chegaram aqui ao pé da vedação e ameaçaram-me."
Pergunto qual a razão para tal ameaça... e mais um vez a resposta é curta e directa.
"Ameaçaram-me porque sou Lorosa'e."

24.10.06

E o prémio vai para...

Vencedor do prémio para a Personalidade Desconhecida do Ano

21.10.06

Há dias assim!


Hoje, no meio de uma reunião, dei comigo à beira de um daqueles ataques de estupidez! Tive de me agarrar com força ao braço da cadeira para não começar em piruetas a cantar “the hills are alive with the sound of music...” Quem me conhece sabe bem que isto é possível!

A explicação é simples, são momentos em que tudo parece tão surreal que, de certeza, ninguém se importaria que eu encarnasse a Mary Popins ou (qual Vasco Santana) desatar a pregar cavilhas numa parede à espera do palhete do Evaristo... Eu sei, é ridículo! Mas dá-me ganas!

O mundo que me rodeia, onde vivo, tem tanto de podre como de opulência obscena! E a distância que os separa é uma gravata e uma camisa, umas palávras ditas no momento certo e um número de telefone!

Não é fácil manter os pés no chão!

João, Cabo Verde.

18.10.06

Cabo Verde Report IV


O Baden Powell chegou finalmente ao Ilhéu Sta. Maria!

Não! Estava a brincar... até parece que esse senhor já juntou as botas à porta da tenda de lona!

Ora se não são os escuteiros da morabeza, o que fazem 50 tendas montadas à minha porta?

Depois de algum tempo, lá consegui ler a grande faixa que eles colocaram na ruína... qualquer coisa do Dia Mundial da Prevenção das Catástrofes! Tudo certo, mas parece-me algo contraditório. Vejamos:

- Um acampamento de emergência, normalmente, é uma resposta a uma qualquer catástrofe logo, na sequência da mesma e sem hipótese de prevenção!

- Um acampamento de emergência não demora 3 dias a montar!

- Um acampamento de emergência tem festas e bailaricos ao fim-de-semana!

Sim, leram bem! Festas e bailaricos... numa destas noites, ia eu beber um café, passando em frente do ilhéu, em noite de vento, dei conta do inconfundível assobio do Wind of Chage dos Sorpions... Nesse momento tudo se tornou claro para mim! Na falta de catástrofe natural, eles tentaram provocar um suicídio em massa! Tá bem visto sim senhor!

17.10.06

Informa-se que...

...para decanso do pessoal, este blog só funcionará de vez em quando.
A Gerência

10.10.06

Procura-se

O quinto nome da lista de contributors, em cima à direita, pertence a um gajo que faz anos hoje.

Apesar de desaparecido, não queria deixar de dizer: PARABÉNS BRUNO!!!

e vê lá se apareces...

9.10.06

Humor Negro #2

5.10.06

Humor negro!

Calendário...

E já vão quatro! Ah, como é bom viver no estrangeiro... Já percebi o porquê do síndrome do emigrante: NESTA TERRA NÃO HÁ FERIADOS! Oh, sorte malvada!

João, Praia, Cabo Verde.
PS - Parabéns mano! Beijos!

4.10.06

No hotel...


Sentei-me no bar do hotel, como todos os dias, um livro por companhia... depois de um dia cansativo, a cabeça nas nuvens, o corpo orgulhosamente dorido, um café, uma sandes... o livro, a solidão! “Quero ir para casa”, pensei. Mas que casa? "Dormir, sim dormir"! A televisão berrava SportTV e ninguém a ver... “não perco nada em tentar” e pedi o Canal 1.
Enquanto arrastava a poltrona de vime e cabedal, o som, o brilho que vinha da televisão roubou-me o pensamento... era bom! Só podia ser! Ninguém faz uma coisa assim para não valer nada! Sentei-me e vi... “The Girl in the Café
A cada momento ficava mais estarrecido, completamente desmanchado com um fotografia, um enredo, os preceitos de representação, a história... Como é possível fazer um filme sobre uma cimeira do G8 (infelizmente ficcionada) e faze-lo de forma tão extraordinária? Sinceramente não sei. Mas que foi possível, não há dúvidas!
Não vale a pena descrever, é daqueles que têm de ser vistos por quem vê... que só se vê uma vez... que se sente sempre... verdadeiramente brilhante!
Política mundial, o flagelo da humanidade, uma imagem a transbordar de sinceridade nua, amor... tudo embalado por Sigur Rós e Damian Rice... Vi tudo sozinho... sozinho, comigo a gritar por dentro! É por estas e por outras, para fazer coisas destas, pensar assim, para marcar a passagem, que vivo no sonho maior... e se isso é ser utópico... pois que seja! Porque um dia será realidade!

3.10.06

Cabo Verde Report - III

Olha o disparate! Quando já estavam a limpar o pó dos instrumentos da banda dos bombeiros, que vinha aí o Stanly Ho de pá e picareta para fazer o casino no ilhéu, todos os devaneios esfumaram-se! O navio ficou na baía da Praia menos de 5 horas!
Mas eu, sempre bem informado, tenho outra versão da história...

Ontem de noite, como diria a Pimpinha Jardim, "a fêsta táva d'arrombá! Xiquéérrrima!" e, hoje de manhã, o Navegador acordou bêbado! Tal não foi o espanto do Imediato quando, pelo meio-dia disse "...épa! Mas esta merda não é Las Palmas!"

A barraca estava instalada, mas o Comandante, com muitos anos por estas paragens e cheio de espírito, disse ao pessoal que tinham vindo visitar o "Japão do Atlântico" (como dizem por cá assim por dá cá aquela palha), mas atenção, "visitar de longe... que é mais parecido"! Aproveitaram para atestar o bar da piscina de grogue e, antes de começar a "festa do cabide", estavam em alto mar! Pela calada da noite... de fininho como uma virgem em noite de gala...!
... mas isto sou eu... Que nem sou cá de intrigas!

Provedores da arquitectura e estagiário

"Os arquitectos Francisco Silva Dias e João Ramos Marques são hoje formalmente apresentados como provedores da arquitectura e do estagiário, respectivamente.
A apresentação decorre a partir das 18h, no CCB, integrada nas comemorações dos Dia Mundial da Arquitectura, que hoje se celebra. Os cargos de provedor da arquitectura e de provedor do estagiário foram criados pela Ordem dos Arquitectos.
O provedor da arquitectura terá poderes de aconselhamento e iniciativas de participação disciplinar, em articulação com os órgãos disciplinares existentes. Mas o seu papel está decisivamente ligado à procura de uma maior participação da sociedade civil. Queixas, sugestões, problemas e aspirações dos cidadãos em relação à arquitectura e ao papel dos arquitectos devem ser analisadas por Francisco Silva Dias.
Silva Dias tem 76 anos e é sobejamente conhecido pelo percurso profissional tal como pelas preocupações sociais que o exercício da arquitectura suscita. Iniciou a actividade profissional em 1957, no gabinete de urbanização da autarquia de Lisboa, colaborou no famoso «Inquérito à Arquitectura Portuguesa», ainda nos 50 do século XX, e foi membro da direcção da Secção Regional Sul do então Sindicato Nacional dos Arquitectos.
Arquitecto e urbanista, a sua acção ao longo de décadas é marcada pela defesa da profissão (visível nos textos que escreve) e na obra construída, na defesa do património construído e no empenho da divulgação da arquitectura junto dos cidadãos. (...)"

DIA A DIA "DILIANO"

O regresso a Díli foi feito de uma forma natural. Não houve sentimentos de estranheza, de espanto, de novidade. Senti que tinha estado aqui ontem, embora tenha estado dois meses fora.
Actualmente a novidade vem com as pessoas que vou conhecendo diariamente, ou acabadas de chegar, ou que ainda não tinha conhecido. Com a destruição de parte da cidade, vieram também novas pessoas, novas ONG's, mais pessoal da UN. Os especimes são variados, desde o tuga que vive de uma forma mais despreocupada, que ao fim de semana "pára" no Carlos para uma saladinha de polvo, uma Bintang (tens de provar Miguel - cerveja indonésia - muito boa), e uma tarde de conversa e gargalhada, ao australiano, que vive de uma forma mais preocupada, atento aos comunicados de segurança, e que ao fim de semana faz um churrasco lá em casa no formato "bring your own". Pelo meio temos os brasileiros, com um fim de semana sempre em festa, e é ve-los com bandeiras do Brasil para trás e para a frente. Os policias malaios, que estão sempre a tirar fotografias na embaixada da Malasia, sempre que por lá passo. E claro os "Geninhos"... cuja caracterização não vou fazer, mas deixo aqui a ligação para este texto que a faz maravilhosamente.

2.10.06

Cabo Verde Report - II


Sim! É uma passadeira, novinha em folha pronta para ser estreada! Não caso único, mas pelo menos raro... contam-se pelos dedos das mãos! Até me senti maior quando a usei... pena foi que o gajo do táxi não tivesse parado!